Talvez em algum buraco negro
Engolido pelo tempo, isolado pelas sombras
Existe um anjo que outrora caiu
Aboliu primaveras e sentenciou o inverno
Os risos de verão agora são memórias
Abandonadas, jogadas, rasgadas.
O farol que rompia as trevas da noite
Como a existência perdeu o brilho
Restam murmúrios sorrateiros
Que o ferem como golpes vindos do nada
Um lamento sem fim de alguém
Será eu ou você?
Sejam minhas lágrimas um bálsamo
A tocar tuas pungentes feridas
Seja tua dor um pouco minha
Para que estejas mais uma vez comigo
A escuridão que te cobre como inviolável véu
A luz um dia há de rasgar!
E o anjo que outrora livre voava
Poderá novamente pelo ar navegar
Perdão se meu amor não o amparou
Se por decreto precisei partir
Mesmo que outra estrela seja tua morada
Nem ela me afasta de ti.
(Poema de Miss Katrina de Salem)
(Poema de Miss Katrina de Salem)
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